16 de janeiro de 2009

Madeira certificada rouba a cena no mercado

Mensagem originalmente postada em Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008

Apesar do cenário de conflitos sobre o desmatamento ilegal de florestas na Amazônia, a madeira certificada está ditando as rédeas de muitas negociações no País. Empresas como Embraer, Gafisa, Takaoka, Natura e Sawaya Engenharia, puxam a demanda com realização de projetos sustentáveis. Há também municípios que estão mudando processos de compra, especialmente para obras de infra-estrutura, visando conter o financiamento público da destruição da floresta Amazônica.


O crescimento das florestas certificadas torna-se realidade, é o que apontam dados do Conselho de Manejo Florestal FSC Brasil. Segundo a organização, 40% das florestas do País são certificadas, somando 5 milhões de hectares. Em 2003, apenas 1 milhão de hectares eram certificados. Trata-se da mais conhecida certificação ambiental do mundo, que garante a rastreabilidade da matéria-prima desde a floresta, passando por todas as etapas de transformação do produto até o consumidor final.

A rede EcoLeo, braço do grupo especializado em produtos de origem sustentável LeoMadeiras, aprendeu a ganhar dinheiro com essa tendência. Comemora cinco anos de existência com um incremento de 80% nas vendas em 2007, em relação a 2006. O grupo tem 36 lojas em sete estados, mas apenas duas levam a bandeira EcoLeo.

Atualmente, 80% da linha de madeira comercializada nas lojas Leo Madeiras provém de florestas plantadas ou certificadas. O restante, afirma a empresa, é madeira legal de fornecedores visitados, mas que não se enquadram na certificação. A participação da receita dos produtos sustentáveis no faturamento do grupo ainda não foi mensurada. Em 2007, a Leo Madeiras obteve receita de R$ 377 milhões, 18% superior ao resultado de 2006. A meta para este ano é atingir a marca de R$ 450 milhões, com abertura de oito lojas, sendo 2 próprias e 6 franquias.

A EcoLeo trabalha com 23 fornecedores, inclusive populações do Amazonas, como a comunidade de Chico Mendes, no Xapuri, Acre e acredita que a venda de madeira nativa é uma questão socioeconômica, pois as comunidades dependem da exploração.

Cidades Amigas da Amazônia
Criado em 2003 pelo Greenpeace, o inovador programa Cidades Amigas da Amazônia atua junto a municípios na orientação para adequar seus procedimentos à lei, isto é, para que as cidades deixem de comprar madeira ilegal. A medida parece simples, mas esbarra na burocracia - os contratos de licitação não deixam explícita a exigência da utilização de madeira legal.

Atualmente, 36 cidades, sendo seis capitais e também o Estado de São Paulo - maiores consumidores da madeira do Brasil -, já assinaram o termo de compromisso com a entidade para mudar seus processos de compras. A demanda, no entanto, é muito maior. Cerca de 100 cidades estão na fila para fazer parte do programa.

Atualmente, o Greenpeace negocia com Rio de Janeiro e Bahia a assinatura do projeto.

Fonte: Gazeta Mercantil

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